O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, determinou nesta quinta-feira (27) uma revisão completa dos green cards concedidos a cidadãos de 19 países atualmente residentes no país. O green card confere status de residência permanente e permite ao estrangeiro viver e trabalhar legalmente nos EUA.
A decisão ocorre um dia após o ataque a tiros nas proximidades da Casa Branca, em Washington, que deixou dois soldados da Guarda Nacional gravemente feridos. Autoridades norte-americanas identificaram o suspeito como um homem natural do Afeganistão.
A lista de países envolvidos na revisão coincide com aquela utilizada pelo próprio governo Trump em junho de 2025, quando foram impostas restrições de viagem a cidadãos dessas nações.
Países incluídos na revisão
- Afeganistão
- Chade
- República do Congo
- Eritreia
- Guiné Equatorial
- Haiti
- Irã
- Iêmen
- Líbia
- Mianmar
- Somália
- Sudão
- Burundi
- Cuba
- Laos
- Serra Leoa
- Togo
- Turcomenistão
- Venezuela
A medida será executada pelo Serviço de Cidadania e Imigração dos Estados Unidos (USCIS). Segundo o diretor da agência, Joseph Edlow, a orientação presidencial é clara: “Por instrução do presidente dos Estados Unidos, ordenei uma revisão completa e rigorosa de cada green card concedido a todo estrangeiro procedente de um país considerado preocupante”, publicou Edlow na plataforma X.
O diretor reforçou que a prioridade do governo é a segurança nacional, afirmando que os cidadãos americanos “não vão arcar com os custos das políticas irresponsáveis de reassentamento do governo anterior”.
Além disso, o governo anunciou que irá também revisar todos os pedidos de asilo concedidos entre 2021 e 2025, período correspondente ao mandato do ex-presidente Joe Biden.
Contexto do ataque e repercussões
A administração atual apontou que o autor do ataque teria entrado nos EUA por meio da Operação Aliados Bem-Vindos, implementada em 2021 pelo governo Biden para oferecer permanência temporária a cidadãos afegãos que auxiliaram tropas americanas durante a presença militar no Afeganistão. O programa garantia entrada por dois anos, mas sem status migratório permanente.
A iniciativa surgiu como mecanismo de proteção a afegãos que poderiam enfrentar riscos significativos caso permanecessem sob o regime do Talibã.
O agressor está detido, e o caso é investigado como possível ato terrorista. A Organização das Nações Unidas (ONU) já se manifestou pedindo que os EUA evitem medidas que possam penalizar coletivamente cidadãos afegãos.


